MUNICÍPIO DE MONFORTE COMEMOROU “25 DE ABRIL” COM CRÍTICAS AOS GOVERNANTES
Updated on 08/04/2022A Câmara Municipal de Monforte comemorou o 41º Aniversário do “25 de abril” convidando toda a população e os vários organismos do Concelho a associarem-se às cerimónias que preparou e que se iniciaram frente aos Paços do Concelho com o Hastear da Bandeira ao som do Hino Nacional interpretado pela Orquestra Ligeira “Novas Melodias” da Sociedade Filarmónica Monfortense “Os Encarnados”,
seguindo-se, no Salão Nobre, a Sessão Solene, marcada, como habitualmente, pelas comunicações de representantes das forças políticas com assento na Assembleia e Câmara Municipal, registando-se, este ano, a ausência da coligação “Monforte precisa de todos” (PPD/PSD.CDS-PP).
Abriu a sessão o Presidente da Assembleia Municipal, Rui Maia da Silva, a quem se seguiu o Vereador do PS, Miguel Rasquinho, cabendo ao Presidente do Município, Gonçalo Lagem, fazer a comunicação de encerramento.
Gonçalo Lagem não poupou críticas às políticas dos sucessivos Governos que, segundo declarou, levaram a que “este 25 de abril de 2015 não é de esperança, como se sentiu em 1974, mas sim de incertezas. Fizeram desmoronar os ideais e as conquistas de abril. Vivemos num país devastado pela carga fiscal elevadíssima, desemprego, instabilidade profissional, baixos salários”.
“A pensar no bem-estar das populações”, continuou o autarca, “sacrificámo-nos para criar os serviços, as infraestruturas e os equipamentos indispensáveis para dar resposta às suas necessidades. Vivíamos sem os Loteamentos para habitação própria, sem a Biblioteca, sem Pavilhão desportivo, sem Campo de Futebol relvado, sem Piscinas, sem Court’s de Ténis? Viver, vivíamos, mas não seria a mesma coisa! Esquecem-se, todavia, que temos que comparticipar as obras públicas com 15% de fundos próprios. Parem, então, de nos responsabilizar pelas péssimas opções orçamentais que não são tomadas por nós. Recordo que apenas 2% da dívida resulta da administração local, 3% da administração regional e 95% da administração central. Afinal, quem é que gasta o dinheiro em Portugal? Embora assim seja, apercebo-me que há uma espécie de caça às bruxas. Os autarcas continuam a ser tratados pela Administração Central como maus alunos, rebeldes e traquinas e as pessoas como números. Não são aqueles senhores que estão sentados nos gabinetes em Lisboa que conhecem melhor do que nós, autarcas, a realidade das populações. No entanto, obcecados em reduzir a dívida a qualquer custo, estão a impor exigências que têm vindo a repercutir-se de forma nefasta no acesso à saúde, à educação e justiça. Não peçam, no entanto, que aumentemos os Impostos Municipais, pois não sacrificaremos ainda mais os munícipes e não contribuiremos para aumentar o número de famílias carenciadas. Estamos interessados em reduzir a dívida, obviamente! Mas também queremos assumir as nossas obrigações de modo a proporcionarmos a qualidade de vida a que têm direito os munícipes do nosso Concelho”.
“Nunca a dívida da Câmara foi tão baixa ao longo dos últimos 30 anos”, esclareceu o Presidente do Município, afirmando que “talvez tenha sido o autarca deste Concelho que mais deslocações fez a Lisboa para ser recebido por Secretários de Estado e outros responsáveis para tentar desbloquear determinadas situações”.
“Por outro lado”, concluiu o edil monfortense, “é lamentável constatarmos que tudo o que é lucrativo está a ser privatizado, o que dá prejuízo é nacionalizado, servindo, assim, os interesses de grandes grupos empresariais e ilibando de responsabilidades quem tem arruinado a economia do nosso país. Temos que continuar a viver, mas sinto que, hoje, estamos mais a sobreviver do que a viver”.
Antes de visitar as quatro freguesias do concelho, onde estavam a decorrer as comemorações organizadas pelas respetivas Juntas com o intuito de cumprimentar os participantes, o Presidente do Município de Monforte deslocou-se ao Estádio municipal de futebol para apoiar e felicitar outros heróis do dia, estes de “palmo e meio”, os que formaram a equipa de Benjamins que, nesse dia, e a dois jogos de terminar o Campeonato se consagraram Campeões Distritais de Benjamins da 3ª Divisão ao derrotar a formação de Castelo de Vide por 8 a 0.