MONFORTE TERÁ UM CENTRO TECNOLÓGICO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
Updated on 22/04/2024No dia 20 de junho, no Auditório do Agrupamento de Escolas de Monforte, decorreu a cerimónia de assinatura de protocolos através dos quais se delinearam as formas de colaboração das diferentes entidades envolvidas no projeto de construção, funcionamento e valorização de um Centro Tecnológico de Técnicas de Construção Sustentável, designadamente entre a Câmara Municipal de Monforte, representada pelo respetivo Presidente, Gonçalo Lagem, e o Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), representado pelo seu Presidente, Luís Carlos Loures, a “Guardiões da Vida” – Associação para o Fórum da Energia e Clima, Observador Consultivo da CPLP (FEC-CPLP), neste ato representado por Ricardo de Campos, e o Instituto da Construção (IC), representado pelo seu Presidente, Humberto Varum. O protocolo celebrado com a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) será assinado brevemente, pois não foi possível fazer-se representar neste ato.
Em declarações, Gonçalo Lagem realçou “a preocupação de inverter o papel da construção enquanto o maior responsável pela carbonização do ambiente”.
“Este projeto, ainda numa fase embrionária, está a ser preparado para que, assim que possível, seja candidatado a fundos comunitários. Tivemos a informação, há bem pouco tempo, que em novembro ou dezembro vão sair os primeiros avisos e todos esses avisos vão ter como chavões conceitos relativos àquilo que aqui estamos a falar, neste Centro Tecnológico, e estamos preparados e um passo à frente para apresentar uma candidatura”.
“Neste centro”, esclareceu o autarca, “quer-se estudar aquilo que, ao nível da construção, é mais eficiente e energético, com vista a reduzir a pegada ecológica, através das parcerias agora estabelecidas. Procurar soluções, conscientes da responsabilidade e do que estamos a fazer mal, até porque “o planeta Terra não aguenta mais, é o principal objetivo”.
O autarca diz ainda acreditar que este projeto poderá fazer “a diferença”, considerando-o “estruturante e estrutural” para Monforte, dado que poderá “ajudar a vencer a desertificação”. Por outro lado, este Centro Tecnológico promete conduzir ao concelho “experiência, conhecimento, academia e ciência”.
Este centro, garante, por sua vez, Luís Loures, “vai ao encontro de vários projetos de investigação que têm vindo a ser desenvolvidos no IPP, como é o caso do projeto Guardiões, dedicado ao combate às alterações climáticas no Alentejo. O Politécnico está muito comprometido com as questões da sustentabilidade, da transição energética e da descarbonização e este projeto integra essas preocupações”.
Com um conjunto de “competências significativas” nesta área, Luís Loures não tem dúvidas que o Politécnico tem tudo para ser um “player ativo” neste projeto, “com pessoas ligadas à construção tradicional, à engenharia civil, à transição energética e às alterações climáticas”.
Segundo Ricardo Campos, “para além de importante, este projeto em Monforte, é um exemplo e uma solução para a crise climática. Os edifícios são responsáveis no mundo por 20% dos gases com efeito de estufa e por consumirem 30% do total de energia que produzimos. Passar-se a construir edifícios de forma mais sustentável é uma urgência, uma vez que se conseguirá reduzir a retenção de radiação infravermelha, fazendo com que as temperaturas do planeta baixem”.
Ricardo Campos garante ainda que “este Centro será marcante, dado que possibilitará gerar soluções ao nível da economia circular, entre outros, com a introdução de materiais reciclados na construção”.
Humberto Varum descreve o projeto como “ambicioso e muito promissor, que poderá vir a ajudar a desenvolver a sociedade local e regional”.
(Declarações recolhidas pela Rádio Elvas)