GASTRONOMIA DA MOLDÁVIA APROXIMA COMUNIDADES
Updated on 08/04/2022Para quem, pela primeira vez, teve oportunidade de conviver de perto com emigrantes de países de leste, neste caso com os que fazem parte da comunidade moldava residente no Concelho de Monforte e que está concentrada há vários anos na freguesia de Vaiamonte, ficou a saber que se trata de “gente” bastante amável, simpática e divertida.
Este encontro foi promovido pela Câmara Municipal de Monforte e integrou-se na programação das Jornadas Europeias do Património, que decorreram nos dias 23, 24 e 25 de setembro e cuja programação é coordenada e divulgada a nível nacional pela DGPC (Direção-Geral do Património Cultural), entidade que, convidou, uma vez mais, entidades públicas e privadas a associarem-se à iniciativa.
Este ano as Jornadas foram subordinadas ao tema “Comunidades e Culturas” com o objetivo de destacar e envolver as múltiplas formas de comunidade, comunidades locais, escolares, de bairro, clubes, associações de desenvolvimento, organizações não-governamentais, sejam de caráter cultural, religioso, filosófico, científico, desportivo ou recreativo, ou outras, preocupadas e vocacionadas para o conhecimento, proteção, desenvolvimento, utilização e organização dos seus próprios ambientes culturais, nas mais variadas formas. Compreender os elos de ligação entre o património e a(s) comunidade(s) contribui para a valorização da cultura nas suas múltiplas dimensões.
Foi a partir do objetivo preconizado que o Município decidiu convidar esse grupo de munícipes de origem moldava a apresentar algo das suas raízes culturais, sugerindo uma mostra de gastronomia típica do seu país. Prontamente recetivos ao repto que lhes foi lançado, organizaram-se e, no dia 24, sábado, a partir das 19 horas, no Centro Cultural de Vaiamonte, presentearam os participantes, entre os quais se encontravam o Presidente do Município, Gonçalo Lagem, e a Vereadora da Cultura, Mariana Mota, acompanhados pela Dirigente da Unidade sociocultural, educação e desporto dessa autarquia, Teresa Cunha Sardinha, com uma mesa rica em diversidade de “estranhas” iguarias, onde não faltou, obviamente, a mamaliga (prato tradicional da Moldávia confecionado essencialmente com farinha de milho, água e sal).
No entanto, estes Moldavos não deram a conhecer apenas esse seu património gastronómico, pois transformaram a iniciativa num encontro bastante festivo marcado por um ambiente de grande animação e confraternização.
Referindo-se aos emigrantes de leste, em geral, e, em particular, aos Moldavos presentes, tanto Gonçalo Lagem como o Comendador João Paulo Crespo, empresário vaiamontense que dá emprego a vários moldavos, não pouparam elogios e realçaram qualidades que, normalmente, lhes são atribuídas, qualificando-os como trabalhadores dedicados, responsáveis, organizados, zelosos e pessoas de confiança.
Gonçalo Lagem agradeceu a imediata disponibilidade e colaboração prestadas e esclareceu que “todos os produtos necessários à confeção dos pratos foram fornecidos por eles próprios, sem quaisquer custos para a autarquia”, destacando ainda a forma como “a fixação destas comunidades no nosso Concelho contribui para o desenvolvimento da economia local, em especial para determinados setores, tais como a agricultura e a pecuária e, simultaneamente, para contrariar os indicadores de desertificação humana que têm vindo a marcar a tendência verificada ao longo das últimas décadas, sobretudo, nas regiões do interior do país, como é a nossa”.