AGIR3G – MONFORTE INTENSIFICA INTERVENÇÃO COMBINANDO VÁRIAS AÇÕES
Atualizado em 22/11/2022O “Agir3GMonforte” (um dos programas contemplados pela implementação do CLDS-3G – Contratos Locais de Desenvolvimento Social 3ª Geração), no âmbito da execução do seu plano de ação, calendarizou para os dias 19 e 20 de janeiro três ações de sensibilização/informação sobre temas relacionados com as comunidades ciganas, com as quais tem estado a desenvolver várias iniciativas, envolvendo normalmente outros organismos parceiros que operam nos vários domínios de intervenção social, sobretudo nas áreas da educação, emprego, habitação e saúde.
Para além dos elementos da equipa técnica do Agir3GMonforte, designadamente, a coordenadora técnica, Vera Batista, e as técnicas Carla Mestre e Carla Ferreira, do Serviço de Ação Social do Município de Monforte, Ana Paula Maçôas e Sara Gomes, da CPCJ de Monforte, Joana Deus, e da técnica de intervenção local do Agrupamento de Escolas de Monforte, Ana Louro, entre outros convidados que participaram nas atividades realizadas, estas ações contaram, então, com a colaboração dos Núcleos Distritais do Porto (sede nacional) e de Portalegre da EAPN – European Anti Poverty Network (Rede Europeia Anti Pobreza) Portugal, representados, respetivamente, por Maria José Vicente e Isabel Lourinho.
Licenciada em Sociologia, Maria José Vicente tem centrado o seu trabalho na conceção, desenvolvimento e avaliação de projetos nacionais e transnacionais subordinados a temas relacionados com a pobreza e a exclusão social. Atualmente integra o Gabinete de Desenvolvimento e Formação da EAPN e prossegue o seu trabalho como formadora e investigadora, especialmente junto das comunidades ciganas. Tem dedicado, pois, a maior parte do seu trabalho a esta população e à sua inclusão.
Integrada no “Eixo 2 – Intervenção familiar e parental preventiva da pobreza infantil, atividade 13 da Família 3G”, a primeira ação dirigiu-se precisamente aos pais de crianças e jovens da comunidade cigana, durante a qual as seis mães que compareceram ouviram Maria José Vicente falar-lhes sobre “A importância da Escola no desenvolvimento pessoal e social”, abordando ao longo da sessão alguns pontos-chave, destacando-se a valorização da escolarização pela comunidade cigana ou a perda da sua identidade cultural, as oportunidades de escolarização segundo o género, o contacto entre a comunidade cigana com a cultura dominante e os receios daquela com essa convivência, a importância da escolarização e a relação família/escola. Terminando a sessão, a formadora da EAPN recorreu à projeção de alguns vídeos que retratam casos de sucesso escolar e profissional de pessoas de etnia cigana que, contudo, nunca rejeitaram as suas origens culturais.
A iniciativa realizou-se no Centro de Recursos do Agrupamento de Escolas de Monforte e visou, segundo explicou Carla Mestre, a técnica responsável pelo Eixo 2, perscrutar a perceção que as participantes tinham sobre a escola, de modo a sensibilizá-las para a importância do ensino no desenvolvimento pessoal e social dos seus filhos.
Da parte da tarde, a sala do Centro de Recursos voltaria a ser palco da segunda ação, estruturada a partir da apresentação a um grupo de alunos do 5º e 6º anos e do PCA (Percursos Curriculares Alternativos), entre os quais se encontravam alguns de etnia cigana, do livro “VARDÁ há só uma”, da autoria de Maria José Vicente e editado pela EAPN Portugal em 2014, pois esta obra resultou da intenção de criar espaço ao debate, colocando à disposição dos leitores um instrumento de reflexão e de conhecimento acerca das comunidades ciganas, de que tanto se fala e sobre as quais tão pouco ainda se conhece no nosso país. Trata-se, acima de tudo, de um instrumento didático que resultou de um conjunto de ações que a EAPN Portugal tem vindo a desenvolver com estas comunidades, no sentido de promover e de garantir, efetivamente, a inclusão destas comunidades, esperando-se que contribua para a promoção de mudanças efetivas na forma de ver as comunidades ciganas.
Obedecendo, ainda, aos objetivos desta sessão, projetaram-se trabalhos de vídeo sobre a cultura cigana e, seguidamente, os alunos participaram numa atividade interativa orientada em torno da dinâmica inclusão/exclusão.
No dia seguinte, às 09.30h., começaram a chegar à sala Polivalente da Biblioteca Municipal, em Monforte, os participantes na ação de sensibilização sobre “A igualdade de género: o papel da mulher nas comunidades ciganas”, igualmente dirigida aos pais de crianças e jovens da comunidade cigana e também dinamizada por Maria José Vicente.
Nesta sessão, procurou-se promover a reflexão sobre igualdade de género na sociedade portuguesa em geral e, em particular, nas comunidades ciganas, refletindo, ainda, sobre as problemáticas inerentes à condição feminina nas comunidades ciganas, enquanto se realizaram alguns jogos sobre as temáticas abordadas e foram exibidos vídeos sobre casos de mulheres de etnia cigana bem-sucedidas profissionalmente e que continuaram os estudos sem que tenham renunciado às suas tradições.