O Presidente da Câmara Municipal de Monforte, Gonçalo Lagem, surpreendeu todas as pessoas que se encontravam na Praça da República, em Monforte, na noite do passado sábado, dia 21 de maio, para assistir ao espetáculo de Circo que iria realizar-se no local, quando interveio para, em representação do Município, fazer uma comunicação que serviu de agradecimento público a Francisco Leitão, reconhecendo a forma apaixonada como, ao longo da sua vida, se dedicou à cultura e, consequentemente, como elevou o nome de Monforte além-fronteiras.
“Por onde passou”, afirmou Gonçalo Lagem, “o Senhor Chico, como carinhosamente o tratamos, deixou marcas indeléveis e foi idolatrado e amado por todos, sobretudo no meio artístico do Circo”.
Presente na plateia, Francisco Leitão, foi efusivamente aclamado ao receber das mãos do autarca uma lembrança com uma mensagem inscrita alusiva ao ato.
Procurando desvendar um pouco acerca dos 86 anos já vividos pelo homenageado, conversámos com Clélia Leitão, uma das suas filhas, mas depressa nos apercebemos que o tempo que tínhamos reservado não seria sequer suficiente para conhecer o essencial sobre o longo caminho percorrido pelo homem e pelo artista. Portanto, contamos apenas alguns factos mais relevantes que explicam este singelo tributo que, agora, lhe foi conferido.
Francisco Alfredo Leitão nasceu em 1930, em Veiros, no Concelho vizinho de Estremoz, mas sempre considerou Monforte a terra do seu coração. Desde tenra idade, começou a sentir-se fascinado pelo mundo das feiras e do circo, onde ficaria conhecido por “Mister Dragão”, ilusionista e palhaço. Com 15 anos integrou a equipa que montava e desmontavam um carrossel e, mais tarde, iniciou-se finalmente na atividade circense, desempenhando o “faz de tudo”. No “Circo Americano” conheceu e apaixonou-se por Ercília Costa, contorcionista e trapezista, com quem teve 14 filhos.
Depois de passar por muitos outros grupos, acabaria por fundar o “Rádio Circo” e posteriormente o “Circo Mariano” que deixou, apenas, há 10 anos, regressando definitivamente a Monforte.
Ficámos a saber que se instalou em várias ex-colónias portuguesas e em muitos e muitos outros países, entre os quais a Grécia e a ex-Jugoslávia, estabelecendo-se durante 18 anos, em Itália, onde lhe chamavam “Mister Drago”.
