FERIADO MUNICIPAL FESTEJA-SE COM TRADIÇÃO
Atualizado em 08/04/2022Perde-se no tempo a origem da Romaria a Nossa Senhora dos Prazeres, venerada no lugar com o mesmo nome, situado a 8 km’s de Monforte. O primeiro testemunho documental, referente à sua existência, data do ano de 1758, realizando-se, anualmente, na segunda-feira de Pascoela.
Considerando a importância que a Romaria representava para a população do Concelho de Monforte, entendeu o Município, em 1977, instituir o Feriado Municipal justamente nesse dia.
Alguns “lavradores” disponibilizavam carros de “parelhas” e carroças que eram adornados, de forma simples, mas com cuidado esmero, recorrendo a ramos de giesta e rosmaninho. Os animais mereciam, nesse dia, embelezamento a condizer, com penachos, guizos e outros adereços.
A romaria iniciava-se por volta das 09.00 horas, junto à tapada do senhor Cláudio Moura, popularmente conhecida por “Arregalheira”, sendo da responsabilidade do “moiral” mais velho a sua condução.
Sabe-se que, nas últimas décadas, os cortejos eram abrilhantados pelas Bandas Filarmónicas Monfortenses “Os Amarelos” ou “Os Encarnados” (ambas extintas), durante os quais se ouviam, também, as tradicionais desgarradas e cantares populares que homens e mulheres entoavam, desafiando-se uns aos outros.
Às gentes de Monforte, juntavam-se habitantes das freguesias vizinhas, que, depois de assistirem à Missa e participarem na Procissão, confraternizavam até final do dia, partilhando as suas merendas, numa festa “campestre” que se distinguia pela grande animação, gozando, por isso, de muita popularidade em toda a região.
Há 13 anos atrás, a Câmara Municipal, no âmbito da colaboração que vinha concedendo à organização das Festas em Honra de Nossa Senhora dos Prazeres, decidiu realizar uma reconstituição histórico-etnográfica das romarias de meados do Séc. XX, documentadas em várias fotografias que resistiram ao tempo. Convidou-se, então, toda a população a participar. A adesão foi surpreendente! Juntaram-se centenas de figurantes que, trajados a rigor com fatos “da época” cedidos por Grupos de Folclore e levados em carroças conservadas por homens de mais idade, reviveram a tradição à moda d’antigamente.
Essa primeira reconstituição mereceu a atenção dos principais órgãos de comunicação social nacional o que contribuiu para que o evento fosse conhecido por milhares ou milhões de portugueses, repetindo-se, desde então, nos anos seguintes, tal como aconteceu também este ano, no dia 29 de abril, o último dos três dias da Festa em Honra de Nossa Senhora dos Prazeres.
Um dos pontos altos da romaria, como se repetiu este ano, é a paragem nas Alvarianas, onde os participantes são convidados a repousar e a degustar produtos gastronómicos do Concelho (vinhos, enchidos, queijos, pão, bolos) oferecidos pelos respetivos produtores. Outro aspeto que interessa realçar pelas melhorias que tem gerado na zona campestre onde, durante os dias de festa e, sobretudo, no último dia, se juntam muitos grupos de familiares e amigos, é a instalação de um espaço coberto para acolher os romeiros que queiram participar no tradicional almoço de confraternização preparado pelo Município.
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