MONFORTENSES ENCANTADOS “À CONVERSA COM JÚLIO ISIDRO”

Na passada sexta-feira, dia 14 de novembro, Júlio Isidro esteve em Monforte para participar num encontro promovido pela Universidade Sénior da Câmara Municipal local, e que teve lugar na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal, onde foi recebido pelo Presidente do Município, Gonçalo Lagem, e o Vice-Presidente e Vereadora, Fernando Saião e Mariana Mota, o Pároco de Monforte, Padre Joannes, alunos e professores, aos quais se juntaram também alguns populares.

Gonçalo Lagem começou por agradecer a amabilidade que Júlio Isidro teve ao aceitar o convite para esta segunda “à conversa com…”, uma iniciativa lançada pela referida Universidade Sénior, através da qual se organizam encontros com personalidades famosas da vida pública e afirmou ser “um privilégio termos, hoje, aqui, e só para nós uma figura tão distinta e uma lenda viva que continua a merecer todo a nossa admiração e respeito. Confesso que fiquei bastante satisfeito com a confirmação da sua vinda, mas não fiquei surpreendido, pois sei que, pela sua forma de estar na vida, o Júlio Isidro, mesmo que não fosse agora, iria aceitar o convite para vir visitar-nos. Entre outras qualidades, quero destacar o seu espírito crítico e responsabilidade social que sempre revelou ao longo da sua carreira. Pode dizer-se que estamos perante um Homem sem papas na língua que não hesita em apontar o dedo aos responsáveis por muitas situações que considera injustas. Júlio Isidro fez parte de um passado recente que deixou marcas e influenciou positivamente muitos de nós.”

Exímio e divertido “contador de histórias”, este conhecido e muito estimado profissional de comunicação social e, também, autor de várias obras de literatura infantil, encantou a plateia com a humildade e simpatia que tão bem o caracterizam e que ficaram bem patentes nas palavras que deixou no seu Facebook e que transcrevemos:

«CONVÍVIO SENIOR

Fui convidado para fazer uma palestra na Universidade Sénior de Monforte e aceitei. E não é que aquilo que dei de boa vontade teve um enorme retorno feito de afetos?

Em vez de uma palestra (deixo isso para os académicos) estive em convívio durante duas horas com um grupo de pessoas que depois de constatar que eu ali estava em carne e osso, ouviu falar de televisão e de rádio, fez perguntas e nunca disse “No meu tempo é que era bom”. Fiz 400 quilómetros para sentir como o interior do país definha, como há heróis que se batem para que Portugal não seja apenas um Terreiro do Paço (sem esses…) e que há gente que recusa essa coisa da terceira idade e vive a pensar em dias melhores. Os mais jovens na sala eram o Presidente da Câmara e o Padre. E assim aconteceu um convívio de seniores, entre o do lado de cá e todos os outros sentados na plateia. Voltei a casa com a certeza de que se não fosse um ser solidário, seria um ser solitário.»

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