MUNICÍPIO DE MONFORTE RECORDA MANUEL DOS SANTOS
Atualizado em 08/04/2022Após ter sido publicada em novembro do ano passado, a biografia do toureiro Manuel dos Santos (1925 – 1973), da autoria do seu filho, Manuel Jorge Díez dos Santos e intitulada “Manuel dos Santos – O Homem e o Toureiro”, suscitou imediatamente rasgos elogios, sobretudo no meio tauromáquico nacional, onde o matador de touros deixou marcas profundas que muitos ainda, hoje, recordam e que referenciam como exemplo inspirador da força do querer e da vontade.
Relatando a história desse Homem de origens humildes, que começou a ganhar a vida como aprendiz de barbeiro, mas que ousou sonhar e, pela sua arte, valor e sangue derramado, atingiu, como Toureiro, um lugar cimeiro a nível nacional e internacional”, a obra, com a chancela da Edições Castelão, foi, agora, apresentada, em Monforte, durante uma sessão pública promovida pela editora, o autor, a Confederação das Tertúlias de Vila Franca de Xira e a Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo, em parceria com a Câmara Municipal, e que teve lugar, no passado dia 12 de abril, no Centro Interpretativo Tauromáquico (CIT), onde, para além de Manuel Jorge Díez dos Santos, Fernando Marques, a quem coube falar sobre a obra, e Gonçalo Lagem, o Presidente do Município, estiveram presentes várias figuras ligadas à Tauromaquia, entre as quais se encontrava Paulo Caetano, acompanhado pela esposa, Dita Caetano, José Tinoca, antigo bandarilheiro, e Vitor Escudero.
Na sua intervenção, Gonçalo Lagem, congratulou-se pela realização desta sessão em Monforte, afirmando tratar-se de “mais um importante marco que ficará registado na história da tauromaquia nacional e que muito honra todos os monfortenses que vivem com grande emoção esta tradição tão enraizada na cultura local. Por outro lado, esta iniciativa veio juntar-se a outras já concretizadas no âmbito da atividade desenvolvida pelo CIT, contribuindo assim para vitalizar, ainda mais, o dinamismo que este serviço municipal tem conseguido imprimir à forma como executa o seu trabalho”.
Manuel dos Santos iniciou a carreira como novilheiro, em junho de 1947, na praça de Badajoz.
A alternativa de matador de toiros aconteceu na Cidade do México, em dezembro de 1947, tendo tido como padrinho Fermín Espinosa “Armillita”. Na ocasião ficou ferido na arena, ao partir um fémur, e voltou a tomar alternativa como matador na Real Maestranza, em Sevilha, no sul de Espanha, em agosto do ano seguinte, sendo apadrinhado Manuel Jiménez Morebo “Chicuelo”.
Tendo atuado em Portugal e no estrangeiro, o matador de touros protagonizou o filme “Sol e toiros”, de John Bucks, estreado em 1949, em que contracenou com Leonor Maia, Anna Paula, Érico Braga e Costinha, entre outros, e ainda as fadistas Amália Rodrigues e Fernanda Batista, que interpretou em sua homenagem o “Fado toureiro”.
Foi o principal empresário tauromáquico do seu tempo e também um ganadeiro de sucesso. Em 1953, depois de algumas complicações de saúde, retirou-se das lides, regressando mais tarde, na década de 1960, para atuar com menor frequência, sobretudo em corridas de beneficência e chegando a dirigir a sociedade gestora do Campo Pequeno.
Morreu num acidente de automóvel, em 1973, aos 48 anos.
“Conservou sempre a simpatia, generosidade, humildade e respeito pelo público que contribuíram para fazer dele uma das figuras mais populares e admiradas em Portugal, nos meados do século XX.”