JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO DESTACAM PATRIMÓNIO VIVO
Atualizado em 26/09/2023O Município de Monforte, através do seu Serviço de Turismo e Cultura, e à semelhança dos anos anteriores, voltou a associar-se às celebrações das Jornadas Europeias do Património (JEP), organizando uma visita guiada à oficina de confeção de artigos em pele e couro da empresa Carola e Borralho, sediada em Monforte, na qual participaram cerca de 30 interessados em conhecer in loco o trabalho artesanal que aí se produz e cuja qualidade é bastante reconhecida não só nacionalmente para também além-fronteiras.
Segundo informação veiculada pela Direção-Geral do Património Cultural, a coordenadora nacional das JEP, estas Jornadas são uma iniciativa conjunta do Conselho da Europa e da Comissão Europeia e assumem-se como o evento cultural mais amplamente celebrado e partilhado pelos cidadãos da Europa, sendo também uma oportunidade para celebrar o diverso património cultural das cidades, regiões e pessoas na Europa.
Todos os anos é escolhido um tema para as JEP, que os países participantes são incentivados a adotar no seu programa de iniciativas. O “Património Vivo” foi o tema definido para a edição deste ano.
Mais de 70.000 eventos são organizados todos os anos com o objetivo de sensibilizar para o património comum da Europa e para a necessidade da sua contínua proteção, através da criação de experiências que promovam a inclusão e fomentem a criatividade e a inovação.
A ideia base da iniciativa foca-se na promoção do acesso ao património, convidando à participação ativa na descoberta de uma herança cultural comum, implicando o envolvimento dos cidadãos europeus com o património cultural. Os objetivos principais são reforçar os sentimentos de identidade cultural, de memória coletiva e de afirmação de um património comum cuja riqueza reside na sua diversidade.
As JEP representam, por isso, uma celebração da solidariedade internacional, do diálogo e da diversidade culturais, constituindo momentos de reapropriação dos vestígios culturais do passado.
Pretendeu-se com o tema da edição deste ano explorar as práticas, lugares e objetos que hoje fazem parte do nosso património cultural e têm sido transmitidos de geração em geração adaptando-se, mas continuando vivos e constantemente recriados por comunidades e grupos, ajustando-se às suas culturas em mudança, às paisagens e aos lugares que habitam.
É o Património que acompanhou as populações ao longo da história e hoje podem ser encontradas práticas, representações, expressões, saberes e artefactos únicos, tanto nos locais de origem como em todo o mundo.
O Património Vivo refere-se também às práticas e às formas como o passado é preservado na memória coletiva, abrangendo também acontecimentos e saberes que fazem parte da história da comunidade.
A relação das pessoas com os lugares e a natureza também é central neste tema. O tema aborda o papel do património na resposta aos desafios da sociedade, em consonância com a abordagem ao património do Conselho da Europa. O Património Vivo estabelece ligações entre reconhecer, salvaguardar e promover bens do património cultural imaterial, bem como transmiti-los às gerações futuras num mundo em rápida mudança. Ele aborda tanto o património em si, como os meios pelos quais o usamos hoje, para responder às necessidades atuais.
O Património Vivo, no que se refere à qualidade de vida no tempo presente, é enformado pelo passado e molda a vida cultural atual.
Espera-se que as celebrações das JEP 2023 promovam uma ampla discussão sobre o valor e o cuidado responsável do património vivo que posicionam os indivíduos e as comunidades como agentes de mudança.
Entendendo o Património como um projeto de cidadania, a Direção-Geral do Património Cultural apelou à participação de todos na organização de iniciativas, sensibilizando para a importância do conhecimento, da proteção e da incorporação do património no nosso quotidiano.
Além de visitas, encontros e exposições, muitas outras iniciativas puderam ser exploradas de forma presencial, ou virtual, e puderam contribuir para envolver as comunidades, levando as pessoas a apreciar e preservar o nosso património como uma realidade dinâmica e voltada para o futuro.